A data de representação de Andrómaca é matéria que muito tem dividido a crítica. É possível, porém, situá-la entre os anos de 428 e 425 a. C., durante a Guerra do Peloponeso. Esta situação justifica o assunto que preenche a peça: a guerra. De facto, não só está presente pela incessante lembrança da Guerra de Tróia, como pela constante lamentação dos seus efeitos. Ressoa igualmente na peça o tom de propaganda bélica que ganha pela feição tão negativa que têm as personagens espartanas, mas que se atenua com a mensagem poderosa de que a guerra gera ódios que causam devastação muito para além dos campos de batalha.
Nesta tragédia ganham também forma duas dicotomias fundamentais: a oposição entre ‘grego’ e ‘bárbaro’, e entre ‘livre’ e ‘escravo’. Produz-se um clima de grande tensão psicológica, em que as personagens se movimentam dentro de uma jaula, cujas grades mais não são que os fortes laços que a sociedade lhes tece: uma matriz cultural e uma condição social. Experimentando os limites da sua condição e das suas próprias identidades, as personagens de Andrómaca vão-se medindo a si e ao seu mundo pela diversa medida que pauta a moderação e o excesso.
Tradução José Ribeiro Ferreira
Encenação João Baptista
Interpretação Cátia Coelho, Cimar Santos,Claudia Sousa, Cristiana Almeida, Diogo Ribeirinha, Elvira Fueta, Lucas Galho, Monique Carvalho, Ricardo Acácio
Direção de atores Tânia Mendes
Coreografia Andreia Morado
Sonoplastia Ricardo Neiva
Luz Luís Carvalho e Vanessa Baptista
Produção Elisabete Cação
DATA 13 junho 2014 21h30
LOCAL Auditório TAGV
CLASSIFICAÇÃO M/12
PREÇO 3€